AVENTURA NAS ALTURAS - 10/01/2009 Lá vamos nós. Oito e meia da manhã, clima agradável! Apenas um pouco frio, mas já nos permitiu colocar bermuda e chinelo. Muita animação! Afinal, nós estávamos a caminho do nível do mar. Pacífico, lá vamos nós. Ufa! Precisávamos balançar a poeira, ou o frio, como queiram. Havíamos contratado o taxista, àquele mesmo que nos ajudou e muito, na entrada da cidade. Ele não apareceu, não podemos culpá-lo, afinal, demos um trabalho e tanto no primeiro dia. Acho que ele ficou traumatizado. O dono do hotel, gentilmente, nos avisou que seria nosso guia até a saída da cidade. Acho, em particular, que não fez mais que obrigação. Afinal, por cada ovo de pombo, já descrito, ele nos cobrou a bagatela de 10 soles. Permita-nos informar que a diária do hotel era algo próximo a cento e poucos soles. Assim, a partir de uma conta bem simples, identificamos que cada ovo de pombo saiu à bagatela de algo próximo a 10% do valor da diária. Provavelmente, era de pombo sagrado. Algo próximo com as vacas na índia. Bem, vamos superar isso. Lá fomos nós estrada afora. O clima ameno ajudou bastante. A paisagem denunciava o que iríamos encontrar pela frente, muita aridez. Em cada quilômetro rodado, tudo ia se acentuava. Por fim, só o deserto nos fazia companhia. Assim foi, durante quase 800 quilômetros deste dia. Muitos fatos interessantes! Quase todo o tempo, o espaço vazio de areia era demarcado com pedras, como lotes. Gostaríamos de saber o que exatamente alguém vai fazer num lugar tão árido assim. água nem pensar. Areia, areia e mais areia. às vezes, apareciam pedras. Não muitas, mas, apenas, elas quebravam a monotonia da areia. Só havíamos visto isso em filmes de Hollywood. Com o passar do tempo, já havíamos nos acostumado com o visual. Bem, novas curiosidades. Agora, além das pedras, que demarcavam os lotes, vez por outra, algum tipo de construção habitava, de forma solitária, um ou outro lote. Pelo rádio, se ouviam mais comentários. Todos surpresos com tudo aquilo. Várias teorias sobre aquela ocupação. Ao menos, nos divertíamos durante a empreitada. Nenhum apoio, nenhum posto, nada. Somente, areia e aquelas casas, barracos, lajes ou puxadinhos - sei lá como me referenciar àquilo. Chegamos a Tacna, por volta de 15h. Assim, marcavam nossos relógios. A alfândega estava ali, nos esperando. Trauma, pois fazer alfândega de carro é uma experiência única. Nos aeroportos, reclamamos das filas. Vocês não têm idéia do que é fazer isso de carro. Lembrem-se de que estamos saindo do Peru e entrando no Chile. Esperávamos uma rigidez, mas me aguardem. Na saída do Peru, nos orientaram. Entra aqui, entra ali, sai daqui, preenche um formulário, leva o carro, inspeciona isso e aquilo e, por fim, saímos do Peru. Em seguida, ficamos entre o nada e a coisa nenhuma. Entre uma alfândega e a outra, paramos e tomamos fôlego. Agora, nos restava entrar no Chile. Lá fomos nós. Fila aqui, formulários ali e carimbos, muitos carimbos. A primeira surpresa foi que o relógio de lá marcava 17h. Havíamos sido surrupiados em duas horas – ora francamente! Sem agressividade, mas tratados com profissionalismo pelos alfandegários, cumpríamos cada tarefa. Até que nos mandaram estacionar num determinado local para inspeção. O César e a Raquel foram os primeiros. Mandaram-nos tirar todas as bolsas. Vocês não têm idéia do que significa isso. Tudo está religiosamente arrumado, não cabe nem espirro. Arrumar já foi uma tarefa de muita dedicação e determinação. Realizada com muita paciência e calma. Retirar tudo no meio de todos, no meio da rua. Francamente! Mas, sem reclamar, retiramos tudo e levamos para um equipamento de raio-x. Enquanto isso, o carro foi invadido por duas ou três pessoas. Não sei dizer o que eles são, se policiais, ou autoridades alfandegárias, ou apenas pessoas curiosas em saber que diabo era aquilo. Um Troller dá um trabalho que vocês nem imaginam. Explicar que se trata de um projeto Cearense, é uma tarefa quase impossível. Ainda mais que todos os carros estão caracterizados pelo projeto. Adesivos denunciam nossa procedência. Uma bandeira do Brasil generosa repousa sobre o capô do carro. Nas portas, outro adesivo caracteriza o projeto “ Aventura nas Alturas”. Ainda na porta, o nome e o tipo sanguíneo anunciam os habitantes do veículo. Nos vidros laterais, mapas demonstram o percurso a ser realizado. Ainda ali, nos vidros, o número de cada veículo determina sua posição relativa. Depois da barra, o total de veículos avisa aos incautos quantos são os veículos dessa empreitada. Na frente do carro, sobre o pára-brisa, existe uma faixa com o nome da expedição – a testeira. O mesmo acontece no vidro traseiro. Com tanta informação, é impossível não chamar a atenção. Bem, vamos voltar aos fatos. Retornamos carregados de bolsas ao carro. Surpresa! Agora, dentro do veículo e chafurdando em tudo que havia ficado ali, encontrava-se um cachorro de porte médio. Cheirava tudo! Passava as patas como que fazendo um buraco na terra. Lá ia ele... Pisando e cheirando. Resolveu parar e se deter mais tempo junto a uma sacola, onde repousava minha bota. Afinal, eu estava de sandálias. Um dos policiais olhou para mim, e eu, gentilmente, avisei tratar-se de uma bota. Ele, então, retrucou “queso”. Não gostei da insinuação e quase peguei a dita bota para surrar aquele animal idiota. Agora, dentro do carro, além do cachorro, estavam dois policiais que reviravam tudo. Tiraram tudo das caixas, ou quase isso. Sabe quando dá vontade de chorar, pois é, foi assim. Mas, ainda não haviam terminado. Outro policial resolveu, então, fuçar a barraca de teto. Foi neste momento, que uma lágrima furtiva acusava o meu desespero. A Raquel se adiantou ao policial e mostrou o desenho de armação da barraca na lateral da capa, que a protege. Dotada de absoluta fluência na língua local, ela explicou tudo em detalhes. Atento à explicação, aquele indivíduo se deu por satisfeito e não continuou com a sua intenção. Realmente, não sei se de fato ele entendeu, ou, apenas, desistiu para que a Raquel desistisse da explicação. Confesso que eu já estava disposto a armar a barraca ali mesmo e fazer uma festa. As pessoas já se agrupavam com comentários. Apenas curiosidade, ou solidariedade a nós? Acredito que comentários e até apostas alimentavam àqueles que estavam por ali. Enfim, conseguimos colocar tudo de volta. Nem precisa dizer que foi da melhor forma possível. Impressionante como tudo aumenta de tamanho, após uma experiência como essa. Fechado o carro, nos restava, então, a última fila. Lá fomos nós. Tome formulários e carimbos. Ufa, conseguimos! Nem dá para acreditar. Estacionamos o carro do lado Chileno. Agora sim, estávamos em algum lugar. Logo atrás, estava o Sérgio que com sua calma e tranqüilidade sorria todo o tempo. Na verdade, creio que aquilo já denunciava a proximidade de uma paralisia facial. Tome bolsas, raio-x e cachorro. Mas, como ele não tinha “queso”, não foi tão invadido. A barraca já era conhecida, afinal, a Raquel explicara tudo bem direitinho. O Paniago, que vinha a seguir, teve o seu processo mais ameno, pois já estavam acostumados com a nossa presença e tralhas. Não mudava muito de um para outro. O Walter, acho que o mais arrumado e prático, ao tirar as bolsas da parte superior da sua engenhosa subdivisão do espaço traseiro do carro, expôs todo o seu conteúdo. Isso facilitou o trabalho dos investigadores, cachorros e curiosos. Assim, foi poupado de tudo aquilo. Todos foram se juntando no lado Chileno. Agora, já no Chile, podíamos contabilizar nenhum peso Chileno e alguns soles restantes. Isso denunciava que não poderíamos nem tomar uma água. Nas alfândegas, não existem casa de câmbio. Curioso isso! Mas, lá fomos nós estrada a fora. Aqui, um parêntese. Impressionante, o que vimos nesta viagem. Na entrada do Peru, floresta densa, muito densa, muito mais que no Brasil. Nos Andes, à medida que subíamos, a vegetação sumia e plantas rasteiras apareciam. Pareciam tratar-se de um musgo. Agora só areia, um verdadeiro deserto! Chegamos a Arica, primeira acidade Chilena. Entramos na cidade. Não foi diferente. Pergunta, entra aqui e ali, GPS indica isso, mas não parece, e tome carro. O bom é que aqui não se buzina. Os táxis são diferenciados dos carros particulares. Conseguimos encontrar um caixa para saque. Todos sacaram um monte de dinheiro. Aqui é muito zero. Vocês não têm idéia! Apenas como exemplo, o Walter comprou um sorvete e pagou a bagatela de 750 pesos. Dúvidas e muitas idéias sobre quanto tirar em dinheiro local. A proporção era de, aproximadamente, 600 pesos para cada dólar. Faltavam o Cesar e a Raquel. Eles precisavam de uma casa de câmbio, pois optaram por levar dólares, ao invés de cartão para saque. O Paniago, então, se ofereceu para, junto com eles, localizar uma casa de câmbio. Isso já era próximo às 18 h de sábado. Um taxista nos levou até tal casa. A corrida, pequena e rápida, nos custou dois mil pesos. Para se acostumar com moedas locais e seu valor, leva algum tempo. é só ter calma! Na volta, encontramos todos bem. Alguns lanchavam. O Walter optou por comer um pedaço de frango, daqueles de padaria. Afinal, estávamos em frente a um supermercado. O Sergio e Débora comeram uma empanada. Da mesma forma fez o Paniago e a Sidney Maria. O Paniago aproveitou o supermercado e comprou duas garrafas de vinho. Acreditem, é mais barato tomar vinho do que água por aqui. O Cesar e a Raquel optaram por comprar pão de forma, queijo e presunto, além de refrigerantes e água. No interior do supermercado, encontraram o Walter, que comprava o restante do frango. Terminamos o lanche e constatamos de que havíamos perdido duas horas do dia, resultado da diferença de fuso. Precisávamos sair dali e seguir para Iquique, nosso destino. A partir da orientação de um taxista, conseguimos chegar à estrada. Cansados, afinal, foram duas horas no processo estressante da alfândega. A paisagem não mudou, tome deserto. O dia venceu e a noite chegou. Lindo o que víamos. De um lado, o por do sol. Do outro, a Lua nos brindava em todo o seu esplendor. Cheia, linda, magnífica, quase nos convidava a desligar os faróis. Nenhum apoio, nada para distrair, somente, subidas e descidas. Em um momento, estávamos no nível do mar. Em outro, subíamos, verticalmente, até mais de mil metros. Muito cansados, paramos algumas vezes. Para um “pipistop”, ou apenas para esticar as pernas. Por fim, chegamos. Isso era próximo à meia noite, hora local. Rodamos por aproximadamente 13h. Pena que chegamos à noite. A vista da chegada é linda! Chega-se pelo alto com uma visão total da cidade e o oceano pacífico. Mas, assim mesmo, é lindo. A chegada foi muito comemorada, apesar do visível cansaço. A entrada na cidade não foi diferente das outras. Tome GPS, perguntas, e locais esquisitos. Enfim, um hotel. Muita negociação! Resolvemos ficar por ali mesmo. Afinal, estávamos exaustos demais para procurar por outro lugar. Amanhã será um novo dia! AVENTURA NAS ALTURAS 11/01/2009 Acordamos com preguiça! Eram mais de nove horas. O horário do café era até as dez horas. Movimentos lentos, voz ainda pastosa. Cabelos acusavam uma noite de sono. Chegávamos um a um. Sentamo-nos juntos ou próximos. Pouco a pouco acordávamos. A conversa começava a fluir melhor. Hora de combinarmos o dia. Pelo fato de ser domingo, o horário da zona franca seria 15h. Tínhamos tempo. Combinamos, então, 13h para almoçarmos e depois seguirmos. Assim foi feito. A recepcionista do hotel nos indicou o “Tercer Ohito”, algo parecido com o terceiro olho. Lá fomos nós. Tínhamos muitos planos. Um dizia que iria comprar isso e àquilo, outro procuraria outra coisa. Mil planos. No restaurante, um pouco rústico, nos acomodamos bem. O menu variado nos permitia muitas perguntas e curiosidades sobre este ou àquele prato. Procurávamos coisas do mar, afinal estávamos no pacífico. O Walter pediu algo parecido com um xinxim de galinha, nem sei como se escreve isso, mas creio ser um prato baiano. Paniago e Sidney Maria pediram salmão. O Sergio, Débora, Raquel e Cesar pediram um peixe ao molho de camarões. A Heloísa queria como acompanhamento do seu prato purê de batatas. Nada feito, não havia no menu e nem tinha como ser feito. Escolheu, então, r um creme de alguma coisa. Escolha feita nos restava aguardar o prato enquanto nos servíamos de vinho. Lembrem-se aqui é barato. Não era uma carta de vinho muito sofisticada, mas nos atendeu muito bem. O restaurante era bem próximo ao hotel. Sim, não falei do hotel. Bom nas acomodações, mas antigo. Leva jeito de já ter sido um grande hotel. Apesar de sermos oito casais, apenas um apartamento era de casal, os demais tinham duas camas de solteiro. é verdade que estávamos cansados o suficiente para não negociarmos muito ou até reclamarmos. Resolvemos o processo por pura sorte. O recepcionista colocou sobre o balcão os formulários de cada apartamento, sem nos falar nada. Cada um foi pegando o seu. Por fim, a notícia. O Paniago e a Sidney Maria foram os agraciados pela sorte, quarto de casal. Aos demais, restava um bom banho e um merecido descanso. O Walter acordou mais cedo e conseguiu “cambiar” o seu ap. O Cesar e a Raquel exerceram considerável pressão e, logo, foram “cambiados”. Vamos voltar ao hotel. Beira mar, com piscina e tudo o mais que se tem direito. Tem praia privada, apesar de o lugar ter muitas pedras. O café da manhã não é assim nenhuma “Brastemp”, mas não vamos passar fome. Não é como no Brasil num hotel da mesma categoria, aquela orgia alimentar. Observamos que as dunas de areia do deserto cercam aqui. Podemos vê-las próximas ao hotel. Mais a esquerda do hotel a areia do deserto se encontra com o mar, literalmente. é fascinante e diferente! Vamos em frente. Depois de satisfeitos, pedimos a conta. Novamente, o algoritmo complexo apurava a responsabilidade financeira de cada um. No final, apurado o dinheiro, identificou-se sobrar algo próximo de 8 mil pesos. Recontam, recalculam, e de fato está sobrando. Muitos planos para aquela dinheirama. Entregamos a conta, os valores e ficamos ali rindo daquilo tudo. Onde havíamos errado? Fomos, então, surpreendidos pela atendente avisando que faltavam quase 8 mil pesos. Muita risada entregamos o dinheiro, até então excedente. Mais uma interrupção. Não havíamos considerado o serviço. Mais vaquinha e tome dinheiro. Resultado, ou mudamos o algoritmo, ou ainda seremos presos. Enfim, saímos em busca de um táxi para seguirmos até a zona franca. Na verdade, dois táxis. Chegamos. O lugar é, no mínimo, esquisito. Deixe-me traçar um paralelo. Parece uma feira do Paraguai de Brasília, só que mais arrumada. Na entrada, pensamos tratar-se de algo como um shopping. Dentro, observamos que as lojas, na sua grande maioria, são pequenas, parecidas com boxes. Existem uma parte nova com lojas melhores e maiores, e uma parte antiga com lojas pequenas e mais populares. Anda daqui, pergunta dali. Afinal, todos comprariam muito. Cada um para seu lado. “Ht” na mão, exceto o Cesar que não tem um, mas com planos de comprar. Não demorou muito e aos poucos foram se encontrando. Todos com a mesma constatação. Não era nada barato! Na verdade, a parte eletrônica não valia a pena. Na sua grande maioria era o mesmo preço de Brasília com a diferença que pagaríamos à vista. Em Brasília, podíamos parcelar. Os perfumes ainda mantinham certo atrativo. Seja pelo preço, seja pela variedade de uma das lojas. Quase todos compraram, seguindo o Paniago, um jogo de panelas para camping. Interessante, elas se encaixam num volume pequeno e prático. As antigas serão abandonadas. No final, as compras em nada se pareciam com o planejado. No lugar da frustração, risos e brincadeiras. Encontramo-nos, novamente, para um lanche. Afinal, já eram 21h. O lugar estava fechando. é esse o horário máximo de funcionamento. No lanche, comemos um prato, meio esquisito, de batata frita com presunto picado, cebola e ovo. Por cima, uma fatia de queijo derretida. O Sergio, que desconhecia seu generoso tamanho, pediu dois. O Cesar e a Raquel, que chegaram por último, salvaram-no, pois comeram o excedente. Saímos, quase por último daquele local, e os táxis já eram raros por ali. Um pouco de espera e lá fomos nós de volta ao hotel. Devemos ter retornado ao hotel algo próximo das 22h. Cansados, mas nada havia a ser feito, nos restava, apenas, um bom banho e uma cama.
AVENTURA NAS ALTURAS - 11/01/2009 -
Acordamos com preguiça! Eram mais de nove horas. O horário do café era até as dez horas. Movimentos lentos, voz ainda pastosa. Cabelos acusavam uma noite de sono. Chegávamos um a um. Sentamo-nos juntos ou próximos. Pouco a pouco acordávamos. A conversa começava a fluir melhor. Hora de combinarmos o dia. Pelo fato de ser domingo, o horário da zona franca seria 15h. Tínhamos tempo. Combinamos, então, 13h para almoçarmos e depois seguirmos. Assim foi feito. A recepcionista do hotel nos indicou o “Tercer Ohito”, algo parecido com o terceiro olho. Lá fomos nós. Tínhamos muitos planos. Um dizia que iria comprar isso e àquilo, outro procuraria outra coisa. Mil planos. No restaurante, um pouco rústico, nos acomodamos bem. O menu variado nos permitia muitas perguntas e curiosidades sobre este ou àquele prato. Procurávamos coisas do mar, afinal estávamos no pacífico. O Walter pediu algo parecido com um xinxim de galinha, nem sei como se escreve isso, mas creio ser um prato baiano. Paniago e Sidney Maria pediram salmão. O Sergio, Débora, Raquel e Cesar pediram um peixe ao molho de camarões. A Heloísa queria como acompanhamento do seu prato purê de batatas. Nada feito, não havia no menu e nem tinha como ser feito. Escolheu, então, r um creme de alguma coisa. Escolha feita nos restava aguardar o prato enquanto nos servíamos de vinho. Lembrem-se aqui é barato. Não era uma carta de vinho muito sofisticada, mas nos atendeu muito bem. O restaurante era bem próximo ao hotel. Sim, não falei do hotel. Bom nas acomodações, mas antigo. Leva jeito de já ter sido um grande hotel. Apesar de sermos oito casais, apenas um apartamento era de casal, os demais tinham duas camas de solteiro. é verdade que estávamos cansados o suficiente para não negociarmos muito ou até reclamarmos. Resolvemos o processo por pura sorte. O recepcionista colocou sobre o balcão os formulários de cada apartamento, sem nos falar nada. Cada um foi pegando o seu. Por fim, a notícia. O Paniago e a Sidney Maria foram os agraciados pela sorte, quarto de casal. Aos demais, restava um bom banho e um merecido descanso. O Walter acordou mais cedo e conseguiu “cambiar” o seu ap. O Cesar e a Raquel exerceram considerável pressão e, logo, foram “cambiados”. Vamos voltar ao hotel. Beira mar, com piscina e tudo o mais que se tem direito. Tem praia privada, apesar de o lugar ter muitas pedras. O café da manhã não é assim nenhuma “Brastemp”, mas não vamos passar fome. Não é como no Brasil num hotel da mesma categoria, aquela orgia alimentar. Observamos que as dunas de areia do deserto cercam aqui. Podemos vê-las próximas ao hotel. Mais a esquerda do hotel a areia do deserto se encontra com o mar, literalmente. é fascinante e diferente! Vamos em frente. Depois de satisfeitos, pedimos a conta. Novamente, o algoritmo complexo apurava a responsabilidade financeira de cada um. No final, apurado o dinheiro, identificou-se sobrar algo próximo de 8 mil pesos. Recontam, recalculam, e de fato está sobrando. Muitos planos para aquela dinheirama. Entregamos a conta, os valores e ficamos ali rindo daquilo tudo. Onde havíamos errado? Fomos, então, surpreendidos pela atendente avisando que faltavam quase 8 mil pesos. Muita risada entregamos o dinheiro, até então excedente. Mais uma interrupção. Não havíamos considerado o serviço. Mais vaquinha e tome dinheiro. Resultado, ou mudamos o algoritmo, ou ainda seremos presos. Enfim, saímos em busca de um táxi para seguirmos até a zona franca. Na verdade, dois táxis. Chegamos. O lugar é, no mínimo, esquisito. Deixe-me traçar um paralelo. Parece uma feira do Paraguai de Brasília, só que mais arrumada. Na entrada, pensamos tratar-se de algo como um shopping. Dentro, observamos que as lojas, na sua grande maioria, são pequenas, parecidas com boxes. Existem uma parte nova com lojas melhores e maiores, e uma parte antiga com lojas pequenas e mais populares. Anda daqui, pergunta dali. Afinal, todos comprariam muito. Cada um para seu lado. “Ht” na mão, exceto o Cesar que não tem um, mas com planos de comprar. Não demorou muito e aos poucos foram se encontrando. Todos com a mesma constatação. Não era nada barato! Na verdade, a parte eletrônica não valia a pena. Na sua grande maioria era o mesmo preço de Brasília com a diferença que pagaríamos à vista. Em Brasília, podíamos parcelar. Os perfumes ainda mantinham certo atrativo. Seja pelo preço, seja pela variedade de uma das lojas. Quase todos compraram, seguindo o Paniago, um jogo de panelas para camping. Interessante, elas se encaixam num volume pequeno e prático. As antigas serão abandonadas. No final, as compras em nada se pareciam com o planejado. No lugar da frustração, risos e brincadeiras. Encontramo-nos, novamente, para um lanche. Afinal, já eram 21h. O lugar estava fechando. É esse o horário máximo de funcionamento. No lanche, comemos um prato, meio esquisito, de batata frita com presunto picado, cebola e ovo. Por cima, uma fatia de queijo derretida. O Sergio, que desconhecia seu generoso tamanho, pediu dois. O Cesar e a Raquel, que chegaram por último, salvaram-no, pois comeram o excedente. Saímos, quase por último daquele local, e os táxis já eram raros por ali. Um pouco de espera e lá fomos nós de volta ao hotel. Devemos ter retornado ao hotel algo próximo das 22h. Cansados, mas nada havia a ser feito, nos restava, apenas, um bom banho e uma cama.
AVENTURA NAS ALTURAS - 12/01/2009
Mais uma vez, acordamos sem pressa. Próximo ao limite de horário do café da manhã. Vocês não têm idéia do valor que tem essa pontinha de preguiça. A rotina é bem diferente disso. Sim, mas vamos em frente. Sérgio e Débora acordaram um pouco mais cedo e foram em busca de um eletricista. Encontraram uma assistência técnica da Toyota, onde resolveram a incômoda situação da luz de freio do carro, que, por várias vezes, teimava em não funcionar. Paniago, Sidney Maria, Walter e Heloísa optaram por uma caminhada à beira mar. Nessa empreitada, encontraram cinco brasileiros. Alguns de Curitiba, outros de Maceió. Viajavam de ônibus e faziam o percurso análogo ao nosso, porém no sentido contrário. Após o conserto do carro, Sérgio e Débora visitaram o Centro Espanhol, onde as calçadas e as casas eram de madeira. Raquel e César optaram por uma corrida à beira mar. Afinal, até compraram tênis para esse evento. No caminho, encontraram àqueles que haviam optado pela caminhada. Sorrisos, acenos e fotos. Concluído o percurso, o César desfez-se da sua roupa e com uma sunga nova, trazida pela Raquel, adentrou no mar do pacífico. A água é fria! Muito fria! Talvez, próxima a temperatura do mar de Cabo Frio no inverno. Curiosidade, aqui, não se usa sunga. Apenas, calções com estilo surfista. Desnecessário dizer sobre o sucesso da sunga do César. Vencidas as atividades, era hora do almoço. Todos prontos, seguimos para o restaurante Netuno. O restaurante do dia anterior estava fechado. O Netuno era mais simples, mas com opções variadas. Paniago optou por meia garrafa de vinho tinto. O César, Raquel, Walter e Heloísa degustaram um vinho branco. Camarões, peixes e paellas, assim, foi o nosso almoço. O acerto de contas foi facilitado pelo controle individual de cada casal, exercido pelo restaurante. Após o almoço, cada casal retornou ao hotel. Exceto, Walter e Heloísa, que foram ao supermercado. Aliás, todos há seu tempo foram comprar bebidas e comidas para a continuidade da viagem. No final da tarde, César e Raquel foram cambiar mais dinheiro. A noite foi livre! Tínhamos muito a fazer na arrumação e acomodação de nossas tralhas. Afinal, amanhã será de muita estrada a caminho da Bolivia.
AVENTURA NAS ALTURAS 13/01/2009
Acordamos cedo, mas não muito. Algo próximo às 7h. Previsão de saída entre 8h e 8h30. Pagamos o hotel, arrumamos tudo nos carros, abastecemos e fomos rumo à Bolívia. Dia bonito! O sol com temperatura agradável! Um pouco frio para os padrões brasileiros. O caminho não foi diferente do até aqui viajado. Deserto, o tempo todo. A estrada, na medida em que avançávamos, perdia qualidade. O asfalto começava a rarear. Chegamos à fronteira. Difícil descrever, parecia um lugar abandonado. Do lado Chileno uma construção baixa, simples e modesta. Quase pobre! Muito vento! Fizemos a nossa saída do Chile sem grandes dificuldades. Já era próximo à hora do almoço. Complicação com o fuso é uma constante para nós. Perde-se e se ganha horas em alguns metros de fronteira. O Walter teve que correr atrás do oficial de alfândega para carimbar seu passaporte. Conseguiu alcançá-lo. Por sorte, o oficial carregava o carimbo no bolso. Já deve estar acostumado. Fomos rumo ao lado Boliviano para efetuar a nossa entrada. Percebemos uma construção nova, que ainda não foi inaugurada. Provavelmente, os viajantes ficarão mais bem alojados. Foi difícil entender a logística! Não sabíamos para onde ir. Uma imensa fila de caminhões se formava ao largo do caminho de terra. Esqueci de falar que a estrada já era de terra e ruim. Os caminhões estavam carregados de carros e de outros caminhões. Para se ter uma idéia, o primeiro da fila carregava outro na caçamba. Por sua vez, esse carregava outro em sua caçamba. Esse último, também, carregava um carro. Além disso, o primeiro da fila puxava um reboque com outro caminhão, que, por sua vez, carregava outro. Todos com a aparência de usados. Eles pareciam ferro velho. Não conseguimos descobrir o que seria aquilo. Conseguimos alcançar o lugar, mas já era hora do almoço e não havia o que pudesse ser feito. Teríamos que esperar em torno de 2h. Aguardamos dentro dos carros. Chegado o horário de expediente, fomos atendidos. Diferente do outros países, para entrar na Bolívia, é necessário pagar uma taxa. Salvo engano, pagamos 21 bolivianos. Como não tínhamos feito câmbio, pagamos com dinheiro chileno. Enfim, estávamos legais. Lá fomos nós. Estávamos sem GPS. Portanto, a navegação seria por mapas e informações. Na saída, tivemos uma impressão marcante: os ventos levavam sacos plásticos e muita sujeira que se prendiam a uma planta rasteira e espinhosa. A visão era de muita sujeira acumulada ao longo de anos, assim nos pareceu. Tudo triste e sujo! Parecia uma cidade fantasma com muito frio e vento. Assim fomos recebidos pela Bolívia. Lá fomos nós, pergunta daqui e dali. As estradas não ajudavam. Em alguns percursos, chegávamos a apelar para a segunda marcha, devido à situação das estradas. Placas eram raras e pouco claras. Quando aparecia uma melhorzinha, todos saltavam. Acontecia uma reunião. Mapas na mão, discussão e opiniões, e novamente íamos nós. A paisagem inóspita continuava, mas já podíamos visualizar o salar. Ficamos encantados, afinal, era o primeiro que víamos. São muitos os salares por aqui. Já era próximo das 18h. Passamos por um vilarejo, ou algo parecido, chamado Coipasa. Um local, no seu carro Nissan, se ofereceu para nos levar a próxima cidade. Isso sairia por 50 dólares. Ainda, iríamos andar por, aproximadamente, uma hora. Achamos mais prudente ficar por ali. Afinal, não havia nenhuma infra-estrutura e, caso anoitecesse, teríamos que armar o nosso acampamento no escuro. Uma família numerosa, que nos observava com curiosidade, nos permitiu acampar no terreno de sua casa. Tudo muito pobre, eu diria até paupérrimo. Muro de pedra, casa simples, do tipo adobe. No terreno, um caminhão estacionado denunciava que o senhor era motorista. O frio doía nos ossos. O vento aumentava, ainda mais, a sensação de frio. Fizemos algo parecido com uma roda. O Paniago armaria sua barraca, da forma mais protegida possível, no centro da roda. Assim foi feito. Todos se prepararam para o frio. Luvas, segunda e terceira peles, casacos, mantos e tudo mais que estava ao alcance. Ao final, estávamos cansados, sem banho, com frio, mas instalados. Sem perder o humor, abrimos um bom vinho. Enquanto fazíamos o jantar, nos confraternizamos com queijo e salaminho. Após o jantar, guardamos tudo, o mais limpo possível, dentro dos carros e fomos dormir. O vento balançava as barracas, mas estávamos muito cansados para reclamar. Dormimos da melhor maneira possível. Se é que isso era possível.
AVENTURA NAS ALTURAS 14/01/2009
Acordamos cedo! Caras amarrotadas e mal dormidas, exceto o Walter, que nunca tem problemas com o sono. Muita roupa no corpo! Um a um descemos das barracas e saudamos os demais. Estava frio! Tomamos o café e tratamos de desmontar o circo. Uma observação: cada vez que acampamos, manipulamos algo perto de 7 caixas, 4 bolsas e 3 mochilas. É incrível como tudo aumenta de tamanho na hora de colocar de volta. Agradecemos ao nosso amigo que nos deu guarita. Fizemos uma vaquinha e ele ganhou 40 dólares. Também ganhou um kit de lembrança do grupo: boné, camiseta e chaveiro. Agradecido, ele não parava de sorrir. Fomos, então, à busca daquele que havia se oferecido para ser nosso guia. Negocia daqui e dali e nada. Cinqüentão para ele. Ele colocou toda a família, que não era pequena no carro e lá fomos nós. Condição: Não deveríamos atravessar nenhum salar. Ele nos disse que os contornaria. Lá pelas tantas, paramos. O guia nos avisa que não haveria alternativa, precisaríamos atravessar um pequeno salar, mas ele estaria ceco. Sem ter como retrucar, seguimos adiante. Salar adentro, íamos como crianças. Fotografávamos tudo, pois estávamos encantados com todo aquele sal. Afinal, o piso era liso como um bom asfalto. Um pouco adiante, vez por outra, pelo rádio, ouvíamos o Sérgio avisar: cuidado com um pequeno atoleiro adiante! Nós passávamos com o carro balançando de um lado para o outro. Quase ao final da jornada, outro aviso do Sérgio. Mas, o atoleiro, que era maior que os demais, prendeu o Cesar. Diga-se de passagem, o Cesar no atoleiro é uma constante na viagem. Por fechar o comboio, pegava o terreno ainda mais mexido. Risos, fotos, risadas e gozações. Sim, aquilo tudo que conhecemos das trilhas. Pega fita, estica, puxa e pronto: saímos. Próximo à margem, tínhamos ainda mais um desafio. Um verdadeiro atoleiro! Sim, um negócio preto e mal cheiroso. Na verdade, um fedor! Era matéria orgânica em decomposição. Nossos carros ficaram impregnados com aquele treco. Chegamos ao ponto negociado, mas ainda distante de onde precisávamos chegar. Uyuni era o nosso destino. Paramos. Dessa vez, ele propôs nos levar a próxima cidade, Llica, onde saem ônibus a cada hora para o nosso destino. Preço: 150 dólares total. Negocia, empurra, estica. Ficou por 140, 35 por carro. Espertinho, o nosso guia. Lá fomos nós. A estrada horrível, mas parecia uma trilha. Em certos trechos, a primeira marcha era a única solução. Curiosidade: apesar de tudo ser muito simples e pobre, existe, em muitas casas, um carro estacionado ao lado. Com aparência de carro novo, ou quase isso. Chegamos. O lugar não era diferente dos demais. Tudo muito pobre! Achamos o ônibus, que estava para sair. Avisamos o motorista da nossa intenção de segui-lo. Na primeira parte da viagem, estávamos entre 8 e 15km por hora. O caminho era muito ruim! Aliás, uma constante na Bolívia. De repente, entramos num salar. Era o Uyuni, grande e majestoso. Um verdadeiro mar de sal. A velocidade ficava em 65km por hora. Um piso perfeito! Percorremos 140 km em pleno salar. É inacreditável! Difícil descrever a emoção! O rádio não parava! Todos queriam emitir opinião. Rodamos por, aproximadamente, 3horas. No caminho, o ônibus parou numa ilha. Na ilha, havia cactos gigantes. Estava repleta de caminhonetes cheias de turistas. Deixou alguns e pegou outros passageiros. Chegamos a Uyuni. Já havíamos nos despedido do nosso involuntário ônibus guia. Buzinadas e acenos marcaram o nosso agradecimento. A cidade, a maior até agora, também era muito pobre. Procuramos um hotel. Todos muito simples. Pode-se dizer que todos muito horríveis. Difícil definir onde ficar. Ficamos no hotel Avenida. Um misto de pardieiro com vila de casas geminadas. No meio, tanques para lavar roupas e varal para secar roupas. Detalhe: no varal, havia muitas roupas. Uma visão não muito agradável! Não havia nada melhor. Instalamos-nos e fomos buscar um lugar para lavar os carros, uma casa de câmbio e um ATM. Afinal, tínhamos atravessado dois salares e estávamos sem dinheiro local. Precisávamos tirar aquele sal dos carros. Vocês não acreditam como, depois de seco, aquilo gruda. Fica parecido com uma lixa. Após executada toda a tarefa, voltamos ao hotel. Para completar, estava sem luz. Água fria nem pensar. Marcamos o jantar para mais tarde. Após o jantar, fomos dormir o sono dos justos.
AVENTURA NAS ALTURAS - 15/01/2009
Acordamos sem pressa. No hotel Avenida, não há café da manhã. Que bom! Encontramos-nos num restaurante e pizzaria, que fica ao lado do hotel. O café foi honesto, nada especial, mas bem feito. O dono do hotel avisou ao Cesar que precisaria trocar nossos quartos por outros com banheiro “compartido”. Revolta geral. Já estava difícil com banheiro privado, de outra forma, ficaria impossível. Resolvemos fazer o passeio e ir embora daquele lugar. Não valia a pena ficar mais tempo. Lá fomos nós, novamente, salar adentro. Agora, éramos oito numa Toyota Land Cruiser. Um pouco apertados, nos alternávamos no banco da frente. As meninas dividiam o banco do meio. Lá atrás, ficavam três valentes guerreiros, que dividiam um pequeno banco. Risadas, brincadeiras e gozações. Afinal, quem sentava no banco da frente era o responsável pela conversa com o guia para tentar responder as inúmeras dúvidas do grupo. O domínio do idioma sempre nos diverte. Fomos à vila Colchani para conhecer o artesanato e, depois, para o hotel de sal - o museu. Curiosidades e fotos. Os tijolos são feitos de sal. O interior, sem luxo, tem mesas e cadeiras esculpidas de sal. Possui diversos ambientes. Todos decorados com objetos de sal. Seguimos para outro hotel, também, de sal. Esse, totalmente, diferente do anterior, era um luxo. Os tijolos, também, eram de sal. Assim como, boa parte dos objetos de decoração. Mas, feitos com rigor e muito bom gosto. Deveríamos ter ficado ali. Afinal, ao chegarmos passamos pela placa que anunciava sua presença. Dali, fomos para o cemitério de trens. Um lugar sem nada de especial. Apenas trens abandonados num ferro velho a céu aberto ou algo parecido. Retornamos à cidade e fomos nos preparar para partir. Almoçamos omeletes no mesmo restaurante do café da manhã. Deixamos registrada, e fixada no restaurante, uma mensagem do nosso grupo. Mentimos um pouco na mensagem, afinal, fomos gentis nela. Tiramos mais dinheiro. Preparamos o carro com a tralha. Abastecemos. Um parêntese: na Bolívia, apesar da bomba de abastecimento marcar 3,27 bolívas. O turista paga 9,39 bolívas. Em todos os postos, podem-se encontrar militares, que, com pranchetas de papel, anotam a placa do veículo e o nome do incauto turista. Pegamos informações quanto à direção e fomos em frente. O rumo agora é a Reserva Nacional Eduardo Avaroa. A estrada até ficou parecida com uma estrada, apesar de ser de terra. Ainda não vimos nenhum pedaço de asfalto, por menor que fosse. Com o andar do dia, o piso da estrada piorou. Vocês não têm idéia do que seja a costeleta Boliviana. Muito maior que a nossa. No final do dia, chegamos a Villa Mar. Parecia uma cidade fantasma! Algumas casas traziam a informação de que eram alojamentos. Paramos, batemos palma. Tocamos a campainha. Nada! Fomos para outra, que ficava em frente. Nessa, fomos recebidos pela dona do local. Mostrou-nos as instalações, se é que se pode dizer assim. Fomos surpreendidos! O local mais simples impossível, mas parecia limpo e arrumado. Resolvemos ver outra mais na entrada da cidade. Da mesma forma, simples e limpa. Resolvemos ficar. Os quartos com camas de solteiro tinham colchão de molas, eu acho. Tinham o desenho de uma rede. Abaulada no meio da cama. Na frente, havia uma sala denominada “comedor”. Com mesas para refeição e bancos para sentar. Tinha um banheiro comunitário com dois vasos sanitários. Logo, ficou determinado que o número 1 seria dos meninos e o 2 das meninas. Acho que a escolha deve ter sido feita pela referência fálica do número 1. O chuveiro, fora desse prédio, com água quente seria preparado pelo nosso anfitrião. Descarrega e arruma tudo de novo. Levamos as tralhas de cozinha e comida para a tal sala “comedor”. Ficou estabelecido que o banho fosse por casal. Assim foi feito, um a um nos banhamos. A água de tão quente parecia queimar nossos corpos. Mas, valentes fomos em frente. Afinal, seria apenas mais um desconforto. O Sérgio chegou a se ajoelhar na tentativa de obter uma água menos quente. Após o banho, Cesar e Raquel avisaram ao Paniago e a Sidney Maria sobre a temperatura da água. O Paniago, sempre muito calmo, chamou o dono, que temperou, de forma agradável, a água. Rimos muito de termos passado por aquilo gratuitamente. Na tal sala, abrimos um vinho e, mais uma vez, nos confraternizamos com planos para o dia seguinte. Depois do jantar, fomos dormir. Detalhe, a luz só chega às 19h e termina às 21h30. Lavamos tudo, guardamos nas caixas e fomos dormir. Sabe, esse papo de dormir em lugar ruim é uma constante na Bolívia. Diga-se de passagem, a infra-estrutura na Bolívia é muito ruim!
AVENTURA NAS ALTURAS - 16/01/2009
Não acordamos muito cedo, mais ou menos 7h. A mesma sala “comedor”, que no dia anterior havia nos servido para jantar, agora nos apoiava no café da manhã. Só para variar, após o café, arrumamos os carros. Deixe-nos lembrar: Aproximadamente 7 caixas, 4 bolsas e 3 mochilas. Elas aumentam de volume a cada arrumação. Arrumar tudo é uma arte. Pagamos pelo nosso alojamento. Algo em torno de 30 bolivas por pessoa, ou por “persona”. Sim, a cada dia que passa, mais dominamos o idioma local. Alguns até se esquecem que somos brasileiros e se utilizam da língua local para comunicação entre nós. Risos, piadas e gozações. Afinal, o nosso discreto sotaque denuncia que não somos nascidos aqui. Seguimos pelas estradas bolivianas. Impressionante! Nenhum pedacinho de asfalto. Nem ao menos um palmo. Nadinha! Por um tempo, rodamos por uma estrada razoável. Paramos em um vilarejo para abastecer. Só para variar, lá estavam os guardinhas, com os papeizinhos “pega turista”. Que lugarzinho! Heloísa e Walter, na entrada do vilarejo, compraram frutas. Muito gostosas! Demos uma geral nos veículos. Água aqui, limpa ali e confere lá. Seguimos. Agora, uma verdadeira trilha nos esperava. Sim, atravessamos um morro de pedras de vários tamanhos. Grandes, enormes ou gigantescas. Fomos de primeira reduzida na tentativa de escolher um local melhor, ou um menos pior. Assim, ficamos por um bom tempo. Talvez 2 ou 3 horas. Sobe, desce, sacode, balança, suspira... Sabe, adoramos trilhas, mas já estamos há dias neste ritmo. Acho que estamos começando a cansar. Acredito que ao chegarmos em casa, vamos ficar uns 7 dias sem pensar em off-road! Junto conosco, havia muitas caminhonetes com turistas, que disputavam os melhores caminhos. Vencido o morro de pedra, tínhamos agora pela frente os vales. Imensos vales nos acompanhavam. A paisagem muda sempre. Às vezes, sem nenhuma vegetação, apenas com pedras. Outras, com chumaços de capim, ou coisa parecida. A impressão é de um jardim bem cuidado. Ao fundo, montanhas coloridas nos acompanhavam. Tome fotos, filmagens, tomadas e comentários. O caminho de terra piorava na medida em que avançávamos. Fugíamos da trilha marcada e íamos à busca de um local ainda não descoberto. Um balé se formava. Os carros iam de um lado para o outro, na busca de um lugar melhor. Se as costeletas não fossem respeitadas, de tão grandes, chegavam a fazer o carro “flutuar”. Parecia perder a aderência. Isso sem falar no barulho ensurdecedor. Parecia que tudo ia desmontar a qualquer momento. Como esses valentes carros são fortes! Um carro pequeno desmontaria no primeiro km. Começaram a aparecer as lagoas. Bonitas, com cores diferentes. Habitadas por flamingos. Um belo e inusitado visual. Formam-se espelhos de água. Fotos e paradas. Numa delas, logicamente, o Cesar, novamente, atolou. Aventurara-se muito perto de uma lagoa. O terreno não perdoou tal ousadia. Risos, brincadeiras e gozações. Francamente, deveria haver um rodízio de gracinhas. Isso fica monótono! Pega, estica, puxa e saímos mais uma vez. Voltamos ao nosso curso. Agora, seguíamos em direção à árvore de pedra. Procurar uma pedra, num lugar tão imenso, parecia tarefa impossível, mas achamos. Descemos correndo. Sem saber, exatamente, em que posição a pedra se parecia com uma árvore. O Cesar fotografou a Raquel junto à pedra nos 360 graus. Todos corriam para a melhor posição. Tome fotos. Chegaram militares num passeio turístico. Tiramos fotos do grupo, dos carros, enfim, tudo estava fartamente documentado. Fomos em frente. Entramos na Reserva Nacional Eduardo Avaroa. Pagamos a taxa de entrada e seguimos. Já eram umas 14h e segundo a guia, levaríamos entre 4 e 5h para atravessarmos a reserva. Tínhamos duas opções de estalagens: uma no início e a outra na saída, na lagoa verde. Cedo demais para paramos. Seguimos em frente. Avistamos a laguna Colorada. Às vezes, o caminho melhorava. No meio do caminho, deveríamos sair à direita para fazermos a aduana dos veículos. Sairíamos do caminho uns 5km. Ao nos aproximar da tal Aduana, começou um subida infernal. O Walter anunciava, a todo o momento, pelo rádio, a nossa altitude. Assim, como uma narrativa de um gol, ou de diversos. Comemorava a cada novo recorde. Assim, fomos a 3000, 3500, 3800, 4000, 4500, 4800m de altitude. A cada momento, um novo gol era comemorado. O recorde, até então, era 4700m, próximo a Cuzco. Por fim, quando chegamos, a marca apontava exatos 5020m de altitude. Descemos do carro para fazer a Aduana. Ao entrarmos, nos sentamos. Sensação de tonteira, mal estar. Já antes daqui, o Walter assumiu a liderança e afundou o pé. Acho que a guia, quando estabeleceu as 4 ou 5 h para travessia do parque, ainda não conhecia o Walter. Assim, fomos pé embaixo rumo à Lagoa Verde, onde teríamos a outra estalagem. O Sergio e a Débora avistaram as Rocas de Dalí, pedras gigantescas espalhadas pela areia. Dizem que essas pedras inspiraram o pintor Salvador Dalí. Enfim, chegamos. Estava frio, uns 2 graus. Mas, o vento aumentava a sensação de frio. O local parecia abandonado. Tudo muito sujo e feio! Poderia ser utilizado para um filme de terror. Alguns desceram e retornaram com a notícia de que as acomodações – aqui, perdão pelo uso do termo acomodação – seriam compartilhadas pelos quatro casais. A Raquel, que ficara no carro, lia, loucamente, todos os livros e anotações sobre o local. Descobriu uma alternativa. A Aduana Chilena ficaria aberta até as 23h. Teríamos tempo para sair do país. Já eram quase 19 h. A aduana boliviana fechava às 19h30. Ainda tínhamos alguns km pela frente. A proposta foi feita e todos toparam, afinal, estávamos há 4 dias no fundo do poço. Dos quatro dias, ao menos dois ficamos sem banho, acampamos sem infra e no frio. Estávamos cansados, muito cansados. Saímos feitos loucos. Na verdade, o Walter saiu feito um louco e nós atrás. Chegamos com cinco minutos antes de a aduana boliviana fechar. O local não tinha luz. Apenas, uma vela tentava trazer alguma claridade ao local. Pediram-nos para estacionar o carro de frente para a janela e deixar os faróis acesos. Levamos lanterna também. Difícil acreditar! Estávamos tranqüilos, pois tínhamos feito a aduana em Uyuni, após termos recebido orientações para isso. Quando o oficial abriu os passaportes e verificou dia 19 como data de saída, ficou muito irritado. Isso não pode ser assim, ele falou. Um pouco a frente tudo bem, mas 3 dias é muito. Quem fez isso, porque fez isso, e assim foi. Tentou remendar o carimbo com a caneta. Ficou horrível. Ele desistiu. Coçava e balançava, negativamente, a cabeça. E nós, ali, pasmos. Aprendemos uma grande lição: aduana, só na fronteira. Não existe maneira de se adiantar nada. De qualquer forma, será necessário passar pela fronteira. Portanto, não há nenhuma razão para fazer em outro lugar. Por fim, ele cancelou o visto e carimbou-o novamente. Voltamos a respirar novamente. A cancela foi aberta e saímos. Enchemos o peito de ar. Seguramos a emoção e gritamos muito alto pelo rádio: Bolívia, nunca mais! Um a um, todos gritaram. Um desabafo! Afinal, havíamos superado todos os nossos limites. Somos vitoriosos! Em seguida àquele lugar infernal, encontramos asfalto. Incrível, não pulávamos mais de um lado para o outro. Em quatro dias, era a primeira vez que tínhamos contato com a civilização. É de ficar emocionado! Bem, seguimos ladeira abaixo literalmente. Saímos de 2 graus para 18 na aduana chilena. Era possível colocar na banguela direto. Foram uns 47km. Fizemos nossa aduana sem problemas. Entramos em San Pedro de Atacama. Pelo rádio, líamos os hotéis e serviços. Ofurô, hidromassagem e piscina. Ríamos como crianças. Na cidade, começamos a procurar um hotel. Os hotéis, um a um, estavam “full”. Cheios, totalmente cheios. Eram 1h30 da manhã, quando resolvemos jantar. Depois, pensaríamos o que fazer. Já eram poucos os restaurantes abertos. No primeiro disponível, entramos. A Sidney Maria conversava com os garçons na busca de auxílio para a nossa hospedagem. Um deles, o Gonzalo, nos indicou um local para dormir. Apenas um quarto com quatro camas beliche. Ríamos muito, pois estávamos na civilização, mas dormiríamos, miseravelmente, como na Bolívia. Não havia alternativa, ao menos naquela hora. Lá fomos nós, resignados. Prometeram-nos ducha. Sim, banho é ducha. Chegamos. O local, também, abriga um camping. Havia umas 30 barracas pequenas. É um local para abrigo de mochileiros duros e sem necessidades básicas. O quarto era mínimo. As camas, assim como, os lençóis, as fronhas e tudo mais pareciam estar ali, intactos, desde a inauguração do local. O chão de carpete nunca foi varrido. Aliás, jamais houve uma vassoura naquele lugar. Um cheiro horrível e forte denunciava a presença de um esgoto ali próximo. Cesar, Raquel, Walter e Heloisa resolveram armar a barraca. Assim foi feito, afinal estávamos estacionados dentro daquilo, protegidos por um portão de ferro que se fechara atrás de nós. A barraca já se pagou algumas vezes, agora seria mais uma. Subimos e dormimos, estávamos mortos de cansaço. Precisamos de um bom sono, ou qualquer sono.
AVENTURA NAS ALTURAS - 17/01/2009
Acordamos com a conversa animada da Heloísa com o Gonzalo. Ele é o garçom que nos ajudou ontem. Na verdade, ela entendia o que ele falava. Mas, o contrário não era verdadeiro. A conversa estava animada, mas não, necessariamente, falavam a mesma coisa. Ele, admirador de carros off-road, se apaixonou por nossos carros e pelas barracas de teto. Estava meio tonto, eu diria até bastante tonto. Acabava de chegar da noite. Perguntou pelo Paniago, que havia conversado com ele no dia anterior. Quando soube que o Paniago dormia no quarto, foi até lá. Aos murros, acordou todos que estava no recinto. Beijou os carros imundos. Escreveu mensagens, trocou “recuerdos” com a Heloísa e nos deixou em paz. Fomos embora dali depois de pagarmos por aquilo. Alguma coisa próxima a 16000 pesos chilenos o casal. Paramos perto da rua principal – Caracoles e fomos tomar café. O café estava ótimo! Salada de frutas, suco, torradas, manteiga, geléia e sanduíche de “jamon com queso” – presunto e queijo. Fomos procurar um hotel. Sem problemas, conseguimos encontrá-lo. Walter, Heloisa, Paniago, Sidney Maria, Cesar e Raquel ficaram num hotel. Sergio e Débora resolveram ficar em outro. Assim, foi feito. Ainda sem banho, fomos - Sérgio, Cesar, Walter e Paniago -, procurar um borracheiro para consertar os estragos resultantes do caminho boliviano. Agora, estávamos na civilização como civilizados. Cama limpa, banho quente, lugar limpo, pessoas normais. Nossa! Quanta coisa junto. Deixe-nos descrever aqui. Tudo é simples e pequeno, mas bem transado. Parece com São Jorge, na Chapada dos Veadeiros. Restaurantes e lugares transadinhos. Apenas o preço se diferencia bastante: Muito caro! A população local é de 1938 habitantes, muito pequena mesmo. Ruas de terra, as construções feitas de adobe. O que traz uma cor de terra a tudo. Os muros têm um desenho especial. Tudo é perto. Não é necessário carro por aqui. Os hotéis não são luxuosos, mas, também, não são baratos. Eu diria que por volta de 140 dólares se hospeda num bom hotel. Abaixo disso, se encontram hotéis, mas com restrições diversas, como limite de horário de disponibilidade de água quente. Arrumamos-nos em cada quarto. O banho foi do tipo de “noiva”. Mais ou menos uma hora debaixo daquela água sagrada. Ainda não estamos acostumados com isso. Ficamos assim, na preguiça e arrumação. Na hora do almoço, fomos a Caracoles. A rua, onde tudo acontece. Almoçamos bem. Após o almoço, fomos contratar os passeios. Contratamos: Geysers Del Tatio, piscina quente, Vale da lua, Vale da morte e, por último, o por do sol do alto de uma duna. Uma van apenas para nós. Grupo tem suas vantagens. A dificuldade: o passeio começa às 5h da manhã. Ainda não seria desta vez que poderíamos descansar. À noite, tomamos um vinho, no hotel, oferecido pelo Paniago. Tipo acampamento, com direito a queijo e salaminho. Depois, fomos dormir. Afinal, acordaríamos cedo para passear.
AVENTURA NAS ALTURAS - 18/01/2009
Lá fomos nós. No horário marcado, caras amarrotadas, voz grossa e sem café da manhã. O lugar é no meio do deserto. Um frio de doer. Próximo de dois graus ou algo assim. Só para variar, o vento aumentava a sensação do frio. Diversos “gêiseres” espalhados. Alguns mais animados, outros nem tanto. O contato do vapor, por volta de 80 graus, condensa com o ar frio. Provoca um efeito interessante: lança um vapor para o alto. Fotos, muitas fotos. Um café da manhã foi servido pela excursão. Nada de mais, mas um alento para nós. Passo seguinte: uma piscina. Sim, acreditem uma piscina, naturalmente, quente. A Sidney Maria havia nos avisado que entraria. Acreditamos. Da mesma forma, o Walter fez o aviso. Poucos acreditaram. Chegamos. Sidney Maria não se fez de rogada. Tirou a roupa e adentrou na piscina. Quando estávamos admirados com a coragem dela, vimos o Walter. Apenas de camiseta e calção, caminhava em nossa direção. Já descalço, evitava as pedras do caminho. Não se fez de rogado e entrou, também, na piscina. Muitas fotos para documentar o feito. Os demais aplaudiram e apoiaram os companheiros. Mais difícil que entrar, seria sair dali. Mas, tudo transcorreu bem e todos sobreviveram. Voltamos ao hotel e saímos para almoçar. A segunda parte do passeio aconteceria apenas às 16hs. Hora marcada, fomos ao Vale da Morte. Um cânion em pleno deserto. O visual é composto por rochas, monumentos naturais e dunas. A van nos deixa num ponto e nos pega abaixo, depois de uma caminhada. Muitas fotos, conversas e contato com outros grupos de turistas, alguns Brasileiros. O guia nos contou a teoria referente ao nome do local. A princípio, teria sido denominado Vale de Marte, devido à cor avermelhada do solo. No entanto, por causa da pronuncia francesa, a palavra foi confundida com morte. Por isso, Vale da Morte. Depois, seguimos ao Vale da Lua. O vale é uma extensão de terras e de areia. Parte do solo é coberto de sal. Possui uma grande cratera central. Fizemos uma caminhada mais curta que a anterior. As erosões formam desenhos interessantes. Cristais de sal norteiam todo o caminho, mas estão cobertos de poeira. Isso os torna escuros. Depois, fomos às Três Marias. Formação rochosa, agora com duas Marias e meia. Uma delas caiu pela ação do vento ou corrosão, ou as duas coisas. Nem todos foram neste passeio. A Raquel, após almoçar camarões, foi acometida de desconforto intestinal galopante, e após visitar um banheiro resolveu ficar na van. Cesar fez companhia. O último ponto do passeio foi o por do sol. Apenas Débora, Sérgio, Paniago e Sidney Maria subiram a duna. Walter, Heloisa, Raquel e Cesar ficaram na van. Após os comentários, identificaram que não perderam muita coisa, pois uma nuvem teimou em estragar as fotos do tal por do sol. Retornamos cansados. Afinal, o dia começara muito cedo. Ainda tínhamos muito cansaço acumulado. Jantamos no restaurante do hotel Don Tomás. Delicioso! O vinho Chakana, trazido pelo Cesar, estava delicioso. O Walter e o Paniago ficaram encantados com o “postres”: torta de maça alemã com “helado”. Aliás, as sobremesas no Chile são muito elaboradas e deliciosas. Fomos dormir. Agora sim, o sono dos justos: bem acomodados e muito bem instalados. Pense num sono bom!
AVENTURA NAS ALTURAS - 19/01/2009
Acordamos com preguiça, algo próximo às 9h30. Quase no horário limite do café da manhã. Pela manhã e até o início da tarde não havia programação. O Sérgio nos falou de um vazamento de combustível no seu carro. Talvez, seja a bomba injetora. Em San Pedro de Atacama, não havia como arrumar. Precisaria ir até Calama - mesma cidade, onde a Raquel irá pegar seu vôo de volta no dia 21. Não havia nada a fazer. Melhor ir a Calama na manhã do dia seguinte. Lá, existe uma Toyota. Seria necessário mudarmos de hotel, pois os quartos estavam, previamente, reservados. Janeiro é alta estação por aqui. Pena, pois o hotel Don Tomás é muito bom. Arrumamos e colocamos tudo nos carros. Pagamos o hotel e fomos às novas instalações. O novo hotel – Tulor é uma gracinha! Não são apartamentos, são chalés. Mais aconchegantes e românticos. No caminho para a nova casa, paramos para abastecer. Uma luta para encontrar o posto, mas, ao final, deu tudo certo. Ainda não podíamos tomar posse. As “habitaciones” não estavam “listas”. Precisariam ser limpas e arrumadas. Fizemos o “check in” e fomos almoçar. Encontramos com o Sérgio e Débora no restaurante. Já haviam almoçado. Tinham programado um passeio às lagunas Cejas e Tebinquiche às 16h. O Paniago e Sidney Maria queriam ir, mas o pedido do almoço já havia sido feito. Não haveria tempo para almoçar e ir ao passeio. Sérgio e Débora foram sozinhos. Os dois nos contaram que na Laguna Cejas é possível aproveitar o efeito gravitacional, produzido pela quantidade de sal condensado. O corpo não afunda. O Sérgio tentou por várias vezes afundar, mas não conseguiu. No final do dia, desfrutaram um belo entardecer com Pisco Sauer. Retornaram à cidade, por volta das 21h30. Estavam brancos de tanto tal. Nós, após o almoço, retornamos ao hotel. Agora sim, podíamos nos instalar. Assim foi feito. Todos instalados! Descansamos no período da tarde. Cesar e Raquel aproveitaram para colocar o diário em dia, pois está muito atrasado. O Walter e Heloisa, às 21h, nos chamaram para lanchar. Juntaram-se a nós, Paniago e Sidney Maria. No caminho, passamos pelo hotel do Sérgio e da Débora, mas eles não estavam por lá. Não haviam chegado ainda. Fomos ao mesmo lugar, onde havíamos tomado um bom café da manhã. Alguns pediram pizza, outros sanduíches. Surpresa, o sanduíche era monstruoso, servia pelo menos duas pessoas. Quando lanchávamos, Sérgio e Débora chegaram e nos fizeram companhia. Estavam encantados com o passeio. Depois, retornamos ao hotel para uma nova noite de sono civilizado. A cama imensa, macia e com vários travesseiros. Tudo muito limpo e aconchegante! Lá vamos nós.